Nesta quinta-feira, 15 de abril, o presidente do Sindicato das Empresas de Asseio e Conservação do Estado de Sergipe, Fábio Andrade, participou de uma reunião com a superintendente da Federação Nacional das Empresas Prestadoras de Serviços, Cristiane Oliveira, e com o Economista, vice-presidente da Fundação Getúlio Vargas, ex-deputado e ex-secretário Especial da Receita Federal, Marcos Cintra.
Durante pouco mais de uma hora, Marcos palestrou sobre os impactos da Reforma Tributária no Setor de Serviços, com ênfase nas empresas de asseio e conservação do país, principalmente as que estão situadas em solo sergipano. Ele ressaltou pontos importantes acerca da Reforma e destacou as dificuldades enfrentadas.
“Todo mundo tem algum interesse ou está ligado, de alguma forma, ao Sistema Tributário. As conversas não estão acontecendo porque ninguém sabe o que vai ser aprovado, nem o que vem pela frente. Eu acho que o debate, portanto, ainda está muito cru. Por isso, é necessário que a sociedade se organize e esteja preparada, porque corre o risco de aparecer um projeto e este ser rapidamente aprovado”, disse.
Ele também evidenciou a impropriedade do atual período. “O momento para se aprovar uma Reforma Tributária não é o atual. O momento ideal é no 1º ano de Governo, quando este tem alto prestígio, mais força parlamentar e mais força social. Estamos no 3º ano de Governo e 2022 é ano de eleição. Não estamos num momento ideal, principalmente agora que o Governo Federal sofre desgastes, somando-se com a pandemia”, comentou.
Em determinado momento da reunião, o palestrante falou sobre a arrecadação de tributos e enfatizou o Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA). “O IVA é uma técnica de arrecadação tributária eficiente, pois muitos países têm. O Brasil tem o IPI, o ICMS, etc. É ruim, mas tem. O que se pretende é criar um IVA nacional, que seria uma junção do PIS, COFINS, IPI, ICMS e ISS, com alíquota estimada em 25%”, falou.
Ao final de sua apresentação, Cintra parabenizou a Febrac pela realização da reunião e destacou a importância da discussão sobre o assunto. “É muito bom ver que a Febrac resolveu se juntar com várias entidades do setor para discutir a Reforma Tributária e entender os impactos que esses projetos terão nos vários setores, inclusive no de serviços. É fundamental a junção das ramificações, a exemplo de segurança, transporte, comunicação, construção civil, tecnologia, saúde, etc, pois esses setores representam 70% do PIB brasileiro”, concluiu.
O presidente do Seac, Fábio Andrade, também compartilhou a mesma visão do palestrante Marcos Cintra e comentou sobre a ampliação dos futuros debates. “Diante de uma Reforma Tributária dessa, que já se passou 30 anos, e por conta dessa instabilidade política no país, eu também acho que esse não seria o momento e se pensar nisso. Se for feita uma reforma torta, é melhor não mexer em nada. Levaremos essa discussão para outros segmentos do setor de serviços para que os debates sejam fortalecidos e para que todos trilhem o mesmo caminho”, expressou.
O presidente do Sistema Fecomércio/Sesc/Senac e diretor do Seac Sergipe, Laércio Oliveira, participou da reunião como convidado e manifestou sua disposição para ajudar o setor de serviços. “Estarei sempre de plantão, à serviço do meu setor, à serviço da Febrac e, sempre que algo acontecer, estarei disponível para contribuir com as discussões que possam ocorrer. Este tema é relevante e deve sempre ser monitorado”, contou.
Além deles, também participaram da reunião o presidente da Febrac, Renato Fortuna Campos, o superintendente da Federação do Comércio, Maurício Gonçalves, e associados ao Seac.
Por Hugo Barbosa, estagiário de jornalismo, sob supervisão de Marcio Rocha